ATA DA QUINTA SESSÃO
SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA,
EM 07.04.1998.
Aos sete dias do mês
de abril do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
dezenove horas e quarenta minutos, constatada a existência de “quorum”, o
Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à
entrega do Prêmio "Lupicínio Rodrigues" ao Músico João Borco de Freitas
Mucci, nos termos do Requerimento nº 03/98 (Processo nº 428/98), de autoria da
Mesa Diretora. Compuseram a MESA: o Vereador Luiz Braz, Presidente da Câmara
Municipal de Porto Alegre; o Senhor Gilmar Eitelvein, representante do Senhor
Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Senhor Lupicínio Rodrigues Filho; a
Senhora Izabel L'Aryon, Presidenta do Sindicato dos Compositores Musicais do
Rio Grande do Sul; o Senhor Airton Pimentel, Vice-Presidente do Sindicato dos
Compositores Musicais do Rio Grande do Sul; o Senhor Vitor Hugo, Diretor do
Instituto de Música do Estado e representante da Secretaria Estadual da
Cultura; o Senhor Arines Ibias, representante da Secretaria Estadual da
Educação; o Poeta Luiz Coronel; o Deputado Estadual Bruno Neher; o Senhor
Chafik Elia Said; o Músico João Borco de Freitas Mucci, Homenageado; o Senhor
Francisco Borco, filho do Homenageado; o Vereador Cláudio Sebenelo, Secretário "ad hoc". Em
continuidade, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, assistirem à
execução do Hino Nacional. Após, historiou fatos relativos à vida e à carreira
artística do Músico João Borco de Freitas Mucci, afirmando que a pesquisa
musical diversificada e a construção de novas formas rítmicas são traços
marcantes no trabalho do Homenageado. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a
palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador João Dib, em
nome da Bancada do PPB, declarou a justeza da presente homenagem, salientando
que a influência da família foi um fator muito importante para consolidar a
aptidão artística do Músico João Borco de Freitas Mucci, que veio a se traduzir
em várias composições de sucesso na música popular brasileira. Na oportunidade,
o Senhor Presidente informou que o Vereador João Dib estaria se ausentando da
presente Sessão, por ter sido designado representante deste Legislativo na
solenidade de posse da diretoria do Instituto de Estudos Empresariais, a ser
realizada no Country Club de Porto Alegre. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome
da Bancada do PFL, prestou sua homenagem ao Músico João Borco de Freitas Mucci, discorrendo sobre o trabalho musical
realizado pelo Homenageado e afirmando que sua obra contribui para que a
expressão das emoções das pessoas se torne mais tranqüila, terna e lírica. A
Vereadora Anamaria Negroni, em nome da Bancada do PSDB, comentou aspectos
relativos ao estilo e à sonoridade da obra de João Bosco de Freitas Mucci, ressaltando que o caráter autodidático de sua formação musical baseia-se no seu gosto pela música
popular brasileira. O Vereador Gerson Almeida, em nome da Bancada do PT,
declarou sua admiração pelo trabalho do Homenageado, ressaltando o fato de sua produção musical nunca ter sido
influenciada por "modismos passageiros", mantendo identidade própria
e qualidade. O Vereador Cláudio Sebenelo, em nome da Mesa Diretora e das
Bancadas do PDT, PMDB, PSB e PPS, manifestou sua alegria em participar da
presente homenagem, referindo-se às profícuas parcerias musicais de João Bosco
de Freitas Mucci com várias outras estrelas da música nacional e destacando que
o talento e a sensibilidade fizeram dele um dos maiores compositores
brasileiros da atualidade. Na ocasião, o Senhor Presidente convidou a todos
para, ao final da presente Sessão Solene, dirigirem-se à Avenida Cultural
Clébio Sória, onde será oferecido um coquetel. A seguir, o Senhor Presidente
concedeu a palavra ao Poeta Luiz Coronel, que saudou o Músico João Bosco de
Freitas Mucci, lendo fragmentos de obras dos Poetas Mário Quintana e Ferreira
Gullar e ressaltando o engajamento do Homenageado na defesa dos direitos dos
artistas brasileiros. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou o Poeta
Luiz Coronel a realizar a entrega da Trilogia "Rio Grande do Sul -
Portfólio Poético e Documental" ao Homenageado e ao Senhor Chafik Elia
Said. Após, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, assistirem à
entrega, pelo Senhor Lupicínio Rodrigues Filho, do Prêmio Artístico Lupicínio
Rodrigues ao Músico João Bosco de Freitas Mucci, concedendo a palavra ao
Homenageado, que agradeceu o prêmio recebido. Na oportunidade, o Senhor
Presidente convidou o Senhor Chafik Elia Said a proceder à entrega de livro
referente à cultura árabe e da Comenda Torre de Pedra, esta por solicitação da
Senhora Patrícia Torres, ao Músico João Bosco de Freitas Mucci. Após, o Senhor
Presidente informou que o Grupo "Guerreiros" da Federação Gaúcha de
Capoeira prestaria uma homenagem ao Músico João Bosco de Freitas Mucci, no
andar térreo deste Legislativo, após o encerramento da presente Sessão Solene,
e convidou a todos para, em pé, assistirem à execução do Hino Riograndense. Às
vinte horas e quarenta e dois minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelo Vereador Luiz Braz e secretariados pelo Vereador Cláudio
Sebenelo, este como Secretário "ad hoc". Do que eu, Cláudio Sebenelo,
Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que,
após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º
Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Esta Sessão Solene é destinada a conceder
o Prêmio Lupicínio Rodrigues ao músico João Bosco de Freitas Mucci. Convido a
fazer parte da Mesa o nosso homenageado; o
Sr. Gilmar Eitelvein, representante
do Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Sr. Lupicínio Rodrigues Filho,
nosso grande amigo; a Sra. Izabel L´Aryon, Presidente do Sindicato dos
Compositores Musicais do Rio Grande do
Sul; o compositor Airton Pimentel, Vice-Presidente do Sindicato dos
Compositores Musicais do Rio Grande do Sul; o Sr. Vitor Hugo, representante da
Secretaria Estadual de Cultura e Diretor do Instituto de Música do Estado; o
Sr. Arines Ibias, representante da Secretaria Estadual de Educação; o nosso
grande amigo Luiz Coronel, um dos grandes poetas que conhecemos; o Sr.
Francisco Bosco, filho do homenageado e
o Deputado Bruno Neher.
(Procede-se
à execução do Hino Nacional.)
João
Bosco de Freitas Mucci nasceu no dia 13 de julho de 1946, na cidade de Ponte
Nova, Minas Gerais. João era o filho homem mais velho de uma família de nove
irmãos. Como prova de que a música estava no sangue da família, a avó de João
tocava bandolim, a irmã era exímia pianista que interpretava de Heitor
Villa-Lobos a autores populares, a mãe tocava violino e o pai adorava cantar.
Ele aprendeu violão sozinho, sem nenhuma formação musical teórica, além de
pesquisar Noel Rosa, Ary Barroso, Cauby Peixoto, Ângela Maria, os cantores do
rádio e o melhor da MPB dos anos 50. Quando começou a compor, misturou
influências do rock, bolero, jazz, bossa nova e rumba. Começou a estudar
engenharia em Ouro Preto, mas, no começo dos anos 70, foi morar no Rio de
Janeiro e conheceu seu maior parceiro, o letrista Aldir Blanc. Depois de anos
de dureza econômica, problemas com a censura, muitas composições e shows juntos
com Aldir, João Bosco conheceu a cantora Elis Regina que se apaixonou pelo
repertório e dele gravou várias músicas. O sucesso conseguiu repercussão
nacional com a música cantada por Elis, “Dois para Lá, Dois para Cá”, e “Kid
Cavaquinho”. Posteriormente, outro grande sucesso foi “O Bêbado e o
Equilibrista”. Com parceiros como Vinícius de Moraes, além de Wally Salomão,
Abel Silva, Belchior, passando por Chico Buarque e Caetano Veloso, João Bosco
encerrou naturalmente as épocas de parcerias para desenvolver um trabalho
próprio. Sempre apoiado numa pesquisa musical diversificada que não exclui o
trabalho coletivo. João Bosco conseguiu reinventar a MPB, alinhando novas
formas rítmicas, devastando horizontes melódicos, metamorfoseando harmonias,
poetizando a realidade com uma sonoridade ímpar. Além de compositor, cantor,
arranjador, letrista e violonista, João tornou-se sobretudo um criador de
construções musicais. Como declarou certa vez, no longínquo ano de 1980: “Minha
vida, graças a Deus, é uma bagunça musical”. Com incontáveis apresentações no
exterior, João Bosco tem representado e divulgado a música brasileira de forma
magistral.
O
Ver. João Dib está com a palavra, pelo PPB, para homenagear o nosso convidado.
O SR. JOÃO DIB: (Saúda os componentes da Mesa.) Dep.
Estadual Bruno Neher, meu querido amigo
Salimen que representa aqui todos os Árabes do Rio Grande do Sul, meu querido
Chafic Said que vai me possibilitar a realizar um sonho de aprender a falar
Árabe, meu querido homenageado João Bosco e seu filho Francisco Bosco. Onde há
música não há pessoas más, aliás, olhando para o João Bosco sabemos, desde
logo, que ele não pode ser mau com aquele sorriso, mas o João Bosco nasceu no
seio de uma família que tinha na alma a música, e a música deve torná-lo um
pouquinho melhor. João Bosco tem em comum comigo o fato de ser primogênito.
Entre nós, os árabes, não sei se aconteceu em Minas Gerais, mas em Vacaria,
onde muitas pessoas dizem que os vacarianos têm os mesmos jeitos, o mesmo
temperamento que os mineiros, lá em Vacaria, quando nasci, meu pai se chamava
Antonio passou a se chamar Buhana, pai do João. Espero que o teu pai também
tenha sido assim chamado pai do João Bosco.
Quando
o nosso querido Presidente, Ver. Luiz Braz, lembrou de homenagear essa figura
extraordinária da música popular brasileira, todos nesta Casa aplaudiram o
Presidente, a Mesa, imediatamente, subscreveu a homenagem que seria prestada.
Todos ficamos felizes hoje, quando aqui nos reunimos para outorgar esse Prêmio
que representa para a música gaúcha a
homenagem a um dos seus maiores compositores, músicos, e por que não dizer um
dos maiores boêmios? Uma figura extraordinária que tinha na sua alma: música;
na sua vida: música, porque não há nada mais belo do que a música que nos serve
quando estamos tristes, alegres, preocupados ou despreocupados, isso não faz
diferença. O João Bosco faz bem ao Brasil, a nós que temos ascendência árabe, e
o Ver. Luiz Fernando Záchia é também de ascendência árabe, assim como o nosso
Presidente. O Ver. Luiz Fernando Záchia pediu-me que eu lhe desse um grande
abraço, dizendo que hoje Porto Alegre está feliz, porque o cantor que o Brasil aprendeu a respeitar, que viveu momentos
difíceis, mas com extrema alegria, sabendo que amanhã será melhor que hoje,
recebe da Cidade, do povo de Porto Alegre, o abraço, o carinho e o aplauso
permanente. E agora que vimos essa imagem maravilhosa, vamos admirar muito
mais, porque a televisão nem sempre mostra toda a bondade que se espelha na
alma de alguém, no sorriso fácil que nos faz, de repente, olhar e dizer: “É meu
amigo”. Saúde e paz.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib fez questão de permanecer
e falar nesta homenagem a João Bosco, mesmo ele tendo agora de ser o
representante desta Casa, na posse do Instituto dos Estudos Empresariais que
será também um momento muito importante. Pedimos ao Ver. João Dib que
represente esta Câmara Municipal neste momento importante que acontecerá lá no
“Country Club”.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores.
(Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) eu nunca vi, João Bosco, uma
Mesa tão especial como esta que
reunimos nesta Casa no dia de hoje. Eu sei do teu brilho, do teu
trabalho, sobretudo, do encantamento que tu despertas nas pessoas, com as tuas
melodias, com as tuas interpretações.
Eu
não sabia que tu eras um alienígena, um não-gaúcho, com tamanha capacidade de
articulação para reunir na Mesa Diretora dos trabalhos desta Sessão Especial em
que os gaúchos te homenageiam, tanta qualidade, tanta expressão cultural como
hoje nós temos aqui.
Aliás,
Ver. Braz, temos que ser muito agradecidos à Isabel, que nos veio trazer esta
iniciativa a que nós aderimos de coração aberto. Não sabíamos que ela seria
motivo, não de uma homenagem da Casa a esta figura tão fulgurante da música
popular brasileira, mas. mais do que isso, que ela reuniria aqui um verdadeiro
simpósio dos músicos do Rio Grande, das pessoas que fazem música no Rio Grande
do Sul e que são, em última instância, aquelas pessoas que, com muita
freqüência, embalam o nosso sonho e fazem com que curtamos as nossas
dores-de-cotovelo, com mais tranqüilidade, com mais ternura, com mais espírito
de fraternidade e lirismo que tem, necessariamente, que encantar a vida de
todos nós.
Eu
saudei, não o compositor Coronel, mas sim o meu Professor. O Bosco sabe que o
Luiz Coronel coloca definitivamente na sua biografia uma condição especial: ter
sido meu professor no saudoso Colégio Rui Barbosa.
Se
eu falasse do Airton, do nosso Airton Pimentel, Vice-Presidente do Sindicato
dos Músicos, que nos dá o prazer de sua presença, eu teria que lembrar alguns
episódios das nossas andanças eleitorais, alguns palanques que ruíram com o
calor da música gaúcha que ali se entoou.
O
número de pessoas que hoje aflui a esta Casa para homenagear conosco João Bosco, são tão heterogêneas, mas tão
singulares e harmoniosas entre si, que nós temos uma verdadeira noite lírica na
Cidade de Porto Alegre.
Todos
sabem que Porto Alegre andou vivendo dias muito especiais, Marlene, em termos
de cultura erudita, cultura popular. Foi invadida por acontecimentos esportivos
de grande monta neste último fim de semana e parece que nós combinamos que,
depois que foi feito um esforço imenso da mídia para fazer essa coisa
maravilhosa, que levou Porto Alegre para todos os quadrantes do mundo, no
último sábado e no último domingo, parece que nós combinamos fazer, com
simplicidade, mas com muita criatividade, uma coisa que coroa esse processo de
encantamento musical, que tem caracterizado os últimos dias da cidade de Porto
Alegre, com a vinda do João Bosco e a oportunidade de rendermos a tantas
pessoas gratas uma homenagem, cuja singeleza é diretamente proporcional à
sinceridade. Singela, porém, sincera, que é a caraterística da homenagem que
prestamos hoje, agradecendo a ti, João Bosco, por teres criado tanta coisa boa,
como criaste nesta tua talentosa trajetória de música popular.
Mas agradecemos, sobretudo, a inspiração daqueles que nos permitiram promover essa reunião, caracterizadamente positiva, onde pessoas representando situações, posições, segmentos diversificados, convergem num fato: homenagear a música e, em homenageando a música, homenagear um de seus maiores esplendores. Homenagear, evidentemente, aquele que vai receber, no dia de hoje, o prêmio maior que um músico pode receber no Rio Grande do Sul; o prêmio que leva o nome daquele que é a musicalidade do Rio Grande, Lupicínio Rodrigues; aquele que é a paixão de todos os gaúchos e de todas as gaúchas; aquele que cantou o Rio Grande romântico, o Rio Grande boêmio, o Rio Grande lírico, o Rio Grande amoroso. Esse Lupicínio que é ídolo para nós, dá nome a um prêmio, um prêmio que procuramos entregar às pessoas que a ele fazem jus, por simbolizarem em suas atuações, aquilo que foi Lupicínio Rodrigues no seu tempo de jovem, no seu tempo de compositor, de intérprete e, sobretudo, de cantor das coisas do Rio Grande.
Com
muito orgulho, João Bosco, nós, Vereadores de Porto Alegre, por unanimidade,
decidimos, num caráter excepcional, num regime também excepcional de
tramitação, deliberar e votar esse prêmio, para que tu soubesses que os gaúchos
que têm em Lupicínio Rodrigues um ídolo, tem em ti o encantamento do respeito
pelos versos, pelas melodias, pelas músicas que fizeste para encantar a todos
nós.
Muito
obrigado por teres vindo até nós, e mais, obrigado, ainda, por permitires que,
pelo menos hoje, nós o considerássemos um dos nossos aqui nesta Casa. Um
abraço. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Chamo
à Mesa uma pessoa que merece todo nosso respeito e admiração, pela obra que ele
entregou a todos nós, não apenas nós que somos de descendência árabe, mas a
todos nós que fazemos parte da população brasileira, que é a oportunidade de
entrarmos em contato com o linguajar árabe, para que possamos falar alguma
coisa em árabe, e o Ver. João Dib se referia a isso, ele que é uma das pessoas
mais reconhecidas pela colônia árabe, dizendo que agora tem a oportunidade de
começar a aprender a falar árabe. O nosso homenageado de hoje é de descendência
árabe, tem o sobrenome Mucci, que é característico da cultura árabe. Então,
convido para fazer parte da mesa o nosso amigo Chafic Elia Said, que nos honra
muito com sua presença.
A
Vera. Anamaria Negroni está com a palavra pelo PSDB.
A SRA. ANAMARIA NEGRONI: (Saúda os componentes da mesa.) Falo,
neste momento, em nome da Bancada do PSDB, em meu nome próprio, em nome do meu
Líder, Antonio Hohlfeldt e do Ver. Cláudio Sebenelo. E com que honra e
satisfação ocupo esta tribuna, nesta Sessão Solene.
Neste
ato, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estamos homenageando uma das maiores
figuras da música popular brasileira, ou seja, o cantor e compositor João
Bosco. O prêmio que esta Casa entrega a João Bosco leva o nome do maior
compositor brasileiro Lupicínio Rodrigues. Assim como Lupicínio, João Bosco é
um autodidata, um autodidata musical. Sua formação musical vem do gosto pela
música popular brasileira. Acreditamos que tenha sido nos versos de Noel Rosa,
de Ary Barroso e, certamente, do nosso Lupicínio, que João Bosco encontrou
inspiração para compor suas primeiras obras. No começo dos anos 70, numa
parceria inesquecível com (ininteligível), nosso homenageado chegou a uma outra
personalidade gaúcha pois, ao ouvir as composições da dupla, a nossa querida
inesquecível Elis Regina se apaixonou por elas, gravando uma série de músicas
como “Dois pra lá e dois prá cá” e o ontológico: “O Bêbado e o Equilibrista”.
Parceiro
de verdadeiros monstros sagrados da música popular brasileira, como Vinícius de
Moraes, Belchior, Chico Buarque, Caetano Veloso.
O
nosso querido homenageado foi, pouco a pouco politizando a realidade, através
de uma sonoridade inigualável.
Assim,
meritória é a iniciativa do nosso querido Presidente da Casa, Ver. Luiz Braz,
ao propor o nome de tão importante figura de nossa música para receber o prêmio
que leva o nome de nosso compositor maior. Eu diria, sem medo de errar, que
está formada, a partir de agora, com esta homenagem, uma das maiores parcerias
musicais de todos os tempos, ou seja: João Bosco/Lupicínio - Lupicínio/João
Bosco.
Ao
encerrar, gostaria de solicitar - e até mesmo incentivar - ao nosso homenageado
para que continue levando a vida como até aqui a tem levado, ou seja,
confirmando aquilo que ele mesmo afirmou: “minha vida, graças a Deus, é uma
bagunça musical”. Bendita seja essa bagunça que tanto nos encanta e nos alegra.
Parabéns
querido cantor e compositor João Bosco. Que Deus continue iluminando os seus
caminhos para que V. Sa. possa continuar nos brindando com a sua gloriosa
“bagunça musical”. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está com a palavra
em nome da Bancada do PT.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Sr. João Bosco, nosso
homenageado de hoje, Srs. Vereadores. (Saúda os demais componentes da Mesa.)
Sobre a obra deste que é, certamente, um dos maiores compositores brasileiros,
já foram escritas e ditas muitas coisas belas, profundas e com muito mais
competência do que eu saberia dizer ou construir. Por isso, quando pensava no
que iria falar hoje, imaginei que nada melhor seria do que contar uma pequena
passagem que, provavelmente, o nosso Homenageado não lembre, mas que demonstra
uma outra faceta deste que é um dos maiores artistas do nosso País.
Em
1977, quando ainda era estudante secundarista, ao assistir um show no Salão de Atos da URGS, o João
Bosco já era uma das pessoas mais cultuadas da música popular brasileira, nós
conseguimos a gentileza de ir até a chamada Esquina Maldita, em Porto Alegre,
no Bar Alaska, jantar com ele para uma entrevista ao nosso jornal secundarista,
da Escola Pio XII. Ali, tomamos algumas cervejas, comemos algumas coisas, mas,
no meio do caminho, nos demos conta de que não tínhamos dinheiro para pagar a
conta. E, por causa daquele encabulamento, fomos enrolando, a noite foi
chegando e, naturalmente, o nosso artista foi ficando cansado e a entrevista
não terminava, parecia que nós queríamos descrever uma tese sobre a obra dele,
até que ele entendeu a situação e pagou a conta. E nós, secundaristas, fomos a
pé para casa: eu morava na Glória; o outro, no Partenon, e nos livramos daquela
difícil situação.
Esta
foi uma generosidade que nós nunca tivemos a oportunidade de agradecer e,
talvez, este seja um bom momento de fazê-lo em público, mostrando a gentileza e
também a solidariedade desse artista que sabe não só fazer melodias e compor
letras magníficas que, com certeza, vão ficar marcadas na melhor história da
música brasileira, mas tem também esse lado afetivo e humano, concedendo uma
entrevista para um jornal secundarista
de uma das tantas escolas secundaristas do País, como, também, pagando a conta
para três estudantes com bastantes dificuldades financeiras. Fico com esta
dívida, para um jantar, quando for possível.
Queria
dizer, além desta pequena história, que
o João Bosco vem à nossa Cidade, também, para cumprir uma programação do SESI, que é uma das Instituições,
hoje, que mais tem fomentado, e mais tem estimulado as manifestações culturais
em Porto Alegre. Isso é bom ser registrado.
E,
a meu juízo, uma das questões mais importantes que deve ser marcada na obra desse magnífico artista é o fato de
ele jamais ter se rendido aos modismos, que são muito comuns em todas as artes,
e, na música, particularmente. João Bosco sempre soube resistir a isso e
produziu músicas das mais bonitas e
mais significativas para a cultura do nosso povo. E não é uma cultura mineira
ou uma cultura gaúcha, mas uma cultura brasileira de um modo geral, porque ele
trabalha com esses instrumentos e sabe articulá-los de uma forma muito singular
e inigualável. A sua parceria com Aldir Blanc, e agora com o seu filho,
permitiu um trabalho de ampla qualidade, e isso tem sido marcado ao longo da
sua história. Não há nenhuma rendição aos modismos que, assim como vêm com
muita força, vão sem deixar nenhuma saudade. E a obra do João Bosco, com
certeza, já nos deixa muita saudade, a cada disco esperamos o encantamento que
o novo vai-nos permitir. E nada melhor, para um dos melhores compositores
brasileiros, do que receber o prêmio
que leva o nome de um dos maiores compositores, também, que o Brasil teve, que
é Lupicínio Rodrigues. João Bosco
também tem a sua história muito marcada por uma outra grande cantora gaúcha e
brasileira que foi Elis Regina. Parabéns, e, sem dúvida, esta homenagem
dignifica muito o próprio prêmio Lupicínio Rodrigues e a Câmara de Vereadores
de Porto Alegre. Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Sendo a Casa a autora da homenagem,
solicito ao Ver. Cláudio Sebenelo que se pronuncie em nome desta Casa e,
também, em nome das Bancadas do PTB, do
PDT, do PMDB, do PSB e PPS.
O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Tudo que tinha para ser dito, os
oradores que me antecederam, especialmente a Vera. Anamaria Negroni, já
disseram. Realmente, bagunça é uma
coisa que me faz pensar. Mas, João, há muitos anos gostaria de conversar
contigo, e não vou perder este momento - estou “furando” a fila - e vou falar
de peito aberto, vou contar algumas coisas. Não sei se tu viste um filme
chamado Luzes da Ribalta, dirigido por Charles Chaplin, musicado por ele, o
autor principal chamava-se Calvero Charles Chaplin. O Charles, uma vez, chegou
em Nova Iorque, era esquerdista, e foi preso imediatamente, olhou e disse:
“Estátua da Liberdade é apenas uma estátua aqui em Nova Iorque.” Ele lutou a
vida inteira pela liberdade. Todos nós somos bêbados e equilibristas, todos nós
somos estéticos, dialéticos e patéticos. Lupicínio, uma vez, estava em um
concurso de música e uma jovem, filha de um personagem famoso da nossa música,
debochou dele e disse a ele que os versos que ele fazia não continham mensagem,
eram palavras frias, sem nenhum valor. Ele respondeu, em 5 minutos, em música
composta e cantada por Maria Bethânia: “...e, aí, eu comecei a cometer
loucuras”. Ele tinha um talento descomunal, assim como Chaplin. Aquele teclado,
quase um realejo chapliano, - antes de bêbado, ele é equilibrista - mostrava
uma Elis Regina madura, uma Elis que foi o nosso encanto, tecnicamente
perfeita: ela não cantava, a garganta dela era um instrumento musical perfeito.
Evidentemente fazemos política nesta Casa, falo todas essas coisas porque,
dessas duas pessoas, Lupicínio e Chaplin , brotava talento, assim como brota o
suor da nossa pele: era talento puro. Raras pessoas neste País têm esse dom,
esse privilégio de devolver para a sociedade brasileira um pouco de suas
próprias raízes. Conheço muito bem o Estado deslumbrante chamado Minas Gerais.
Lá está a nossa raiz, a nossa história. Nós, pobres políticos, às vezes, somos
tão onipotentes, somos rempli de soi-même,
tão egocentristas, violentos, discriminadores, extremamente onipotentes e,
muitas vezes, como políticos, na grandeza da relação intermediária e do
interesse deste povo maravilhoso, o Estado, para o nosso desconsolo e para a
nossa crise de autoconsciência, como políticos, não percebemos ou deixamos
perceber “a ponta de um torturante band-aid
no calcanhar”. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Após esta solenidade, teremos também uma
parte festiva no térreo, na nossa Av. Cultural Clébio Sória, um coquetel que
será servido nesta homenagem que prestamos hoje a esse fabuloso compositor João
Bosco.
Com
a palavra o Poeta Luiz Coronel.
O SR. LUIZ CORONEL: Eu ouço música, como o anjo doente que
quer voar e não pode. Quando ele canta, eu penso em um pássaro, não num pássaro
cantando, mas num pássaro em pleno vôo. São dois poetas, Mário Quintana e
Ferreira Gullar, onde vou buscar seus textos para homenagear João Bosco. Sr.
Presidente e Srs. Vereadores (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes),
que responsabilidade falar em nome dos músicos do Rio Grande do Sul! Lucinha,
Lúcia Helena - quando ela canta, os anjinhos-da-boca-fofa dizem amém -, são
tantos músicos, tantos letristas presentes e ausentes, todos unidos nesse
grande amor à obra de João Bosco. Por eles eu falo, e é dever excluir qualquer
argumento que os que me antecedem tenham colocado em pauta. “Um homem caminha
pelas ruas deste País, acordando os edifícios sonolentos com sua canção
travessa, moderna, encantatória e solidária.” E nós perguntamos qual o sentido
desta homenagem. A quem homenageamos tem a sua obra nítida e sua imagem
expressa. Agora, perguntar quem somos nós. Habitamos uma cidade-estado, o Rio
Grande, um país ao sul de si mesmo. Um estado que recentemente pega as chaves
para conhecer os aposentos do país. Somos habitantes de um universo equívoco,
mas vigoroso. Há uruguaios em nossa alma, há argentinos em nosso sótão. Nossa
arte, como a da mina dos árcades, fica em nós, qual um pássaro ferido que quer
voar e não ganha os ares. Mas nem por isso deixamos de criar, porque criar é o
destino humano. Dessa forma a homenagem que prestamos é reconhecimento, é
aplauso, é querer concretizar no momento sentimento sonoros e puros de
admiração que temos por esse cantor, por esse compositor, por esse homem
brasileiro: João Bosco. João Bosco tem a bênção do estilo. Se o galo não
tivesse estilo a galinha corria do galinheiro. O estilo é uma bênção, o estilo
é uma marca, o estilo é digital, o estilo é a presença do indivíduo no mundo.
Qual o sentido de fazer arte, João Bosco? Que maravilha que uma Câmara de
Vereadores, que a classe política abra seu espaço, seu tempo para reconhecer a
função do artista. É preciso lembrar que Molière, no século XVI, foi o primeiro
artista a ter direito a um túmulo cristão, até então o artista era a diversão
secundária. Mas se enganam todos aqueles que pensam que a arte é um utensílio
frívolo, mera decoração, um elemento subterrâneo, um elemento acidental. Caem
muralhas, se desfazem impérios, não fica nem sequer pedra sobre pedra de todos
os obeliscos; mas ficam poemas, mas ficam canções, ficam quadros, porque o
artista é o depoimento da vida, é ele que permanece através do tempo. Esta aí
Flaubert, está aí Stravinski, está aí Bethoven, está aí Noel, está aí a música
brasileira permanecendo mais forte, mais vigorosa que tantas armações que se
dizem eternas e permanentes.
Este
é o Rio Grande, Rio Grande de Elis, a estrela sulina, a voz que trazia veludo,
pétalas e punhais, a inquieta descobridora de talentos, a madrinha dos aflitos,
a artista que sabia que cantar é abrir viveiros.
Este
é o Rio Grande de Lupicínio, com sua alma arranhada, com sua contundente
sinceridade, com sua melodia onde a tragédia do tango e a graça da alma
brasileira se acasalavam.
Este
é o Rio Grande, João Bosco, que te louva, que te canta, que te recebe, que te
abraça.
Coincide,
mais do que isto, integra-se a homenagem a João Bosco à realização do Rio
Grande Música. Nossos letristas e músicos debatem muito mais do que a questão
do Direito Autoral; debatem o respeito autoral. E também nisto, João Borco é um
exemplo. Depois de amargar as manipulações secretas dos Direitos Autorais, João
Bosco um combatente, cria a Sociedade de Música Brasileira. Eis João Bosco,
parceiro agora de todos os músicos na busca da respeitabilidade
profissional. Mas vamos falar de um
artista que vive sem truques, que vive sem o brilho fácil dos “spots”, mas que
constrói sua arte sabendo que todo o verdadeiro artista não trai a sua verdade.
Existe na música popular brasileira, existe na história das artes um
momento em que Mefisto compra a alma
pela venda, vendagem de discos, e é nesse homem, é nesse momento, que o homem,
o artista ou a artista perdem a sua verdade, homens como João Bosco, homens como Chico Buarque, Caetano e Milton
Nascimento viram o rosto a Mefisto, porque são portadores, senhores da sua
verdade. Quero terminar dizendo que o Rio
Grande tem por João Bosco uma grande admiração. Elis tomou-lhe a mão e nos
representava, hoje o magnífico Teatro do SESI será seu palco para recebê-lo
dignamente. Certas homenagens honram, ao mesmo tempo, a quem concede homenagem
e a quem as recebe. Esta é uma delas. João Bosco, o Rio Grande do Sul te ama.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Peço ao nosso amigo Luiz Coronel que
entregue ao homenageado esta trilogia, que é de sua autoria. Acredito que seja
uma das maiores recordações que esta Casa pode entregar a você para que jamais
esqueça de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul.
(Procede-se
à entrega.) (Palmas.)
Peço
também a entrega desta trilogia ao Sr.
Chafic, porque ele nos deu um pouco mais de cultura para todos nós no Rio
Grande do Sul e devemos a ele esta homenagem.
(Procede-se
à entrega.) (Palmas.)
Peço
ao Lupinho, tão querido para a nossa Cidade, que possa fazer a entrega deste
que é o maior Prêmio que qualquer artista poderia receber aqui em Porto Alegre,
no nosso Rio Grande do Sul, o Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues e ninguém
melhor do que o Lupinho para fazer esta entrega a este grande compositor
brasileiro João Bosco.
(Procede-se
à entrega do Prêmio Lupicínio Rodrigues.)
O SR. PRESIDENTE: Todos estamos querendo ouvir o João
Bosco. Nós já ouvimos oradores maravilhosos que vieram aqui e disseram
exatamente tudo aquilo que pensavam a respeito de João Bosco. É claro que, com
mais palavras que se gaste, eu acredito que precisaríamos produzir, ainda,
muito mais palavras para podermos exprimir tudo aquilo que, realmente, não
apenas nós, mas o que o Brasil pensa deste cantor maravilhoso. Somente ele é
que poderá, hoje, neste apogeu desta Sessão, nos brindar com alguns momentos
dos seus pensamentos. O que será, realmente, um momento inesquecível para todos
nós aqui nesta Câmara de Vereadores.
O
Sr. João Bosco está com a palavra.
O SR. JOÃO BOSCO: (Saúda os componentes da Mesa.) Eu
recebi muito aqui, nesta noite. Não sei se o meu passado pode retribuir o que
eu recebi aqui, hoje. Mas, de qualquer maneira, a partir deste momento, eu fico
empenhado, no meu futuro, em resgatar essa dívida com vocês, que é continuar o
meu trabalho e continuar a fazer a música, iluminado por esses grandes mestres
da nossa música popular que, muitas vezes baseado em pensamentos tão simples,
em sentimentos tão nobres, por sua simplicidade, por sua intuição conseguiram
fazer uma obra que veio nutrir uma população inteira de uma Nação. Isto tem
vários nomes e poderíamos até chamar de um milagre. Procuro seguir, como músico
intuitivo que sou, o brilho destas estrelas, como Lupicínio Rodrigues.
A
minha relação particular com o Estado do Rio Grande do Sul é notória e pública.
Conheci Vinícius de Morais em 1967, que me apresentou ao pintor gaúcho Carlos
Scliar, que me apresentou Glauco Rodrigues, Glênio Gianchetti, todo o clube de
gravura de Porto Alegre,. A partir daí conheci Elis Regina e vocês sabem da
história. São mais de duas dezenas de canções gravadas por Elis, uma cantora
que o Brasil soube medir a sua importância a partir da lacuna que ela deixou.
Sua grandeza vem exatamente da falta que sentimos dela. Outros gaúchos vieram,
gaúchos compositores, gaúchos
jornalistas, gaúchos poetas, como o Luiz Coronel, gaúchos de todas as
atividades profissionais, e o meu mundo foi-se vinculando a esse Estado, a esta
Cidade de maneira muito peculiar.
Estar
aqui hoje recebendo este prêmio, por um lado, é quase uma conseqüência de tudo
isto e, por outro lado, continuo duvidando do meu merecimento em relação a um
diploma que tem o nome de uma estrela tão importante como é o caso de Lupicínio Rodrigues. Eu estou
tocando o meu violão por aí, vendo o que dá para fazer. Mas fico imensamente
grato a todos vocês por esta menção, por esta distinção, e espero não
desapontá-los.
Para
encerrar, gostaria de dizer um poema, que é do meu filho Francisco, que fala um
pouco de mim e diz assim: “E São João falou; preciso renascer uma vez; quem me
batizou se esqueceu de dar um nome para mim; pedra que parou, vem o musgo e
toma conta de vez; quem será que sou? Quem será que sou? As metamorfoses nunca
terão fim. “
Essa
é que é a bagunça da minha vida. Muito obrigado a todos vocês. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos registrar a presença da Vera.
Maria do Rosário nesta homenagem. O Chafic Elia Said quer entregar um livro
para o nosso homenageado, compositor
João Borco.
(Procede-se
à entrega do livro por Chafic Elia Said.) (Palmas.)
A
Jornalista Patrícia Torres quer fazer a entrega da Comenda Torre de Pedra. Peço
que venha até aqui.
A SRA. PATRÍCIA TORRES: Queridos amigos, Sr. Presidente. Tenho
uma missão: a minha mãe, a Jornalista
Zaida Torres, pediu-me que quem fizesse a entrega fosse o Professor Chafic.
(Procede-se
à entrega da Comenda pelo Prof. Chafic Elia Said.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE: O Grupo “Guerreiros” da Federação Gaúcha
de Capoeira prestará uma homenagem ao João Borco no andar térreo.
Aproximando-nos
do final desta Sessão Solene, solicitamos a todos que, de pé, ouçamos o Hino
Rio-Grandense.
(É
executado o Hino Rio-Grandense.)
Está
encerrada a Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 20h42min.)
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